Um gigante chamado Termodinâmica!

       Quando entrei na faculdade (começo de 2006), eu estava com meus pais conversando com o coordenador do curso de Engenharia Mecânica e ele disse que a Engenharia Mecânica tinha o mínimo de 5 anos e máximo de 8 anos para concluir a faculdade, e que havia uma exceção caso eu me dedicasse e não tomasse reprovações que poderia conseguir terminar em 4,5 anos. Desde esse dia estabeleci como meta terminar nessa exceção de 4,5 anos. Era um desafio que eu tinha proposto a mim mesmo.

       Durante o percurso me deparei com muitos obstáculos, realmente gigantes. Sempre falavam de uma matéria chamada termodinâmica, que era algo muito difícil. As pessoas meio que já te confortavam pra quando essa matéria chegar e caso você tomasse reprovação pra não ficar triste, pois ela era uma matéria campeã em reprovar. Fiquei então os dois primeiros anos da faculdade ouvindo das pessoas sobre essa matéria e fazendo as outras. Foi então que o terceiro ano chegou, e era a hora de fazer a tão temida TERMODINAMICA. Pensei comigo: “Tenho me dado bem até hoje estudando as matérias do meu jeito, essa tal de termodinâmica não vai ser diferente, vai ser derrotada como todas as outras”. Mal sabia eu o que me esperava. Fui então para a primeira prova!

       Realmente foi uma prova difícil e não tinha muita noção se eu tinha ido realmente bem ou não, mas pensei que era normal me sentir assim e aguardei a nota. O dia da publicação das notas enfim chegou, tirei incríveis 0,25. Não, a prova não valia 1, valia 10 mesmo. Foi um tapa na minha cara, fiquei tão chateado nesse dia, eu acho que nunca tinha ficado tão para baixo. Eu tinha ganhado o prêmio de melhor aluno da Engenharia Mecânica do 1º ano, e agora tiro uma nota dessas? Que belo papelão! Essa matéria era composta por duas provas, as duas tinham que somar pelo menos 10 pra que eu pudesse passar nessa matéria sem precisar do exame, que era uma prova substitutiva, ou seja, eu teria que tirar 9,75 agora na segunda prova pra passar sem a substitutiva. Foi então que fui tentado a abandonar minha meta lá do começo, a chutar o balde, estava com medo, pois eu recebia bolsa e não podia tomar reprovação se não eu iria perder, afinal 9,75 era uma nota quase impossível de conseguir, ainda mais em termodinâmica.

       Foi nesse momento que olhei pro Senhor, vi que Ele poderia me ajudar nessa hora, afinal o meu Deus era o Deus dos impossíveis, e havia chegado o momento de provar disso. Minha vida virou termodinâmica kkkkkkkkkkk. Eu acordava, orava ao Senhor, pedia sempre sabedoria, inteligência, discernimento e capacidade e começava a “comer” o livro de termodinâmica, fazia exercícios atrás de exercícios e fui aprendendo a estudar essa matéria. A segunda prova foi então chegando, e estava muito confiante que Deus ia me dar mais essa vitória. O grande dia chegou, orei com a mão em cima da prova como sempre fazia pacto meu e do Diogo – O Sorriso) e mandei ver. Dessa vez tendo certeza do que estava fazendo, e saí da prova confiante que tinha conseguido. Agradeci ao Senhor e fiquei aguardando o resultado dessa segunda prova, apreensivo pela vitória que Deus iria me dar já através dessa segunda prova e iria passar em termodinâmica direto.

       Quando fiquei sabendo que tinha saído o resultado, fui correndo até o mural para ver a vitória que Deus tinha me dado, e para a minha surpresa eu não tinha tirado 9,75, tirei uma nota 7, ou seja, não havia passado na matéria =/

       Saí de lá frustrado, pensando e refletindo o que era fé. Eu disse comigo mesmo: “Poxa, o que é fé? Não é ter certeza e as coisas acontecerem? Eu tinha fé de que iria passar e não passei.”. E estava na cantina comendo (olha aí a galera que fica triste e vai comer kkkkkkkkk) e então passou um amigo meu perguntando como eu havia me saído, e eu disse que não tinha ido muito bem, e infelizmente não tinha passado em “termo”. Foi então que ele me disse: “Bom, pelo menos você pode fazer a substitutiva e substituir 0,25 por uma nova nota”, foi aí então que melhorou meu ânimo, nem me lembrava disso, me senti consolado por Deus, e fui correndo na sala do professor para perguntar se ia ser feito dessa maneira mesmo. E então ele disse que iria ser feito dessa forma. Saí da sala dele feliz, com uma nova injeção de ânimo, pronto para a reta final, mas com um certo receio, o exame é sempre mais difícil, e se eu fosse mal?

       Continuei estudando, redobrei a atenção, verifiquei os erros da primeira prova e estava decidido a dar o meu melhor. Na última semana foi como um vale, parecia que caminhava em um local escuro, meus medos parece que estavam me cercando e me seguindo: fracassar na minha meta, desapontar meus pais, perder minha bolsa, reprovar... e é engraçado que ao mesmo tempo que passavam essas coisas pela minha cabeça eu podia sentir o cuidado de Deus, conseguia ver o Senhor me ajudando a estudar, me capacitando a entender a matéria mais facilmente. A prova iria ser na sexta-feira.

       Eu liderava um grupo dentro da faculdade chamado Estudantes de Cristo, as nossas reuniões eram nas quintas-feiras, e quando eu tinha um compromisso ou tinha que estudar eu chamava algum pastor da cidade ou alguém para levar a palavra no grupo. Nessa semana, justamente nessa semana Deus disse que quem iria levar a palavra seria eu mesmo, e era pra eu falar sobre fé. Pensei comigo: “como assim, eu aqui precisando de fé, e eu vou falar sobre fé?” Pois bem, foi isso que aconteceu, me lembro que naquele dia Deus me usou pra falar comigo mesmo. Senti um conforto e cuidado do Senhor. Logo depois da reunião fui até a casa do Sorriso e ficamos até tarde dando uma olhada geral na matéria. Quando estava separando meu material eu vi que o meu lápis já estava bem pequeno, e pensei em pedir um lápis emprestado pro Sorriso, mas logo me veio a mente a história de Davi, que derrotou o gigante com uma funda. Virei pro Sorriso e disse, tá vendo esse lapisinho aqui? Deus vai entregar o gigante nas minhas mãos através dele.

       E chegou o grande dia! Lá estava eu indo com meu lapisinho para a prova da minha vida. Sentei, esperei a prova chegar, coloquei a mão em cima da prova e orei como sempre. Fiz a prova confiante, certo do que estava fazendo. Senti Deus me lembrando de todas as coisas que havia estudado, e durante a prova um rapaz do meu lado foi pego colando, e na hora lembrei daquela palavra que diz que mil caíram ao teu lado, dez mil a sua direita e tu não serás atingido. Acabei a prova de 2 horas em 30 minutos. E fiquei conferindo passo por passo, refiz os exercícios, e entreguei a prova.

       Dessa vez estava muito confiante de que havia recebido a vitória e que iria obter ainda uma boa nota, afinal o meu 0,25 seria substituído pela nota dessa ultima prova. Depois de um tempo eu fiquei sabendo que o professor havia corrigido as provas e já estava falando quem havia passado ou não. Fui correndo até a sala dele e abri a porta feliz para receber a notícia. Quando abri a porta ele me recebeu e imediatamente me disse que aquele esquema de substituir a nota não poderia ser feito pois a diretoria não tinha permitido, ou seja, todos que fizeram a prova substitutiva iriam ficar com 5 de média não importando quanto tivessem tirado na substitutiva. Na mesma hora fiquei muito decepcionado, e o professor notou a minha cara de tristeza. Percebendo isso ele disse: “mas fiquei feliz William, você passou”. Eu com a cara triste agradeci ao professor e fui fechando a porta e fui embora.

       Enquanto ia andando pela faculdade eu ia orando:

       “Senhor, poxa vida, eu estava tão confiante que iria ficar com uma média boa, eu já tinha contado pra um monte de gente o que o Senhor estava fazendo. Eu vou me passar por mentiroso e as pessoas vão achar que o meu Deus é um Deus fraco. Eu bem sei que o Senhor pode todas as coisas. Eu agradeço por ter passado, mas eu te entrego aqui meu pedido pois acredito em um milagre.”

Fui dar um curso de CorelDraw, e durante o curso recebi uma ligação de um amigo meu de sala:

-Iae William tudo certo?

-Opa, tudo certo, mas to dando um curso aqui, não posso conversar.

-Tá certo, é rapidinho. Você viu as notas? O professor acabou de colocar no mural

-Ah é? Quanto está a minha média?

-Está tanto.

-Mentira!?!?

-Verdade

       Larguei a galera na sala do curso e fui correndo no mural ver o que tinha acontecido. Olhei várias vezes para ter certeza que não tava olhando errado. Fui correndo na sala do professor e perguntei: “Como assim professor? Não ia ficar com 5?”

       A resposta dele: “Eu não sei o que aconteceu, eu fui até a diretoria e eles deixaram eu fazer do jeito que eu queria, que coisa né?”. Saí da sala glorificando o nome do Senhor. Fiquei com 7,8 a maior média da sala inteira, maior até daqueles que tinham passado sem exame.

       Ore, peça, jejue, busque... é nas batalhas mais duras e nos problemas mais difíceis que conhecemos de fato o Senhor e o seu poder. É no deserto que conseguimos presenciar a água saindo da rocha. É estando encurralado pelos egípcios de um lado e o mar vermelho de outro que presenciamos o mar se abrindo. É na cova que vemos os leões famintos agirem como se fosse gatinhos.

       Quer conhecer mais ao Senhor? Não desperdice uma necessidade, é na necessidade que você irá conhecer o Jeová Jiré – Deus da provisão. Não desperdice uma doença, é na doença que você poderá conhecer o Jeová Rafá – Deus que cura, não desperdice um vale ou deserto na sua vida, é nele que você irá conhecer o Jeová Shammah – O Senhor sempre presente, não desperdice uma injustiça, confie em Deus e conheça o Jeová Tsidikenu – O Senhor é a nossa justiça, e por fim, conheça o Jeová Elohim, o Deus criador que independente da Sua resposta sempre sabe o que é melhor pra você.

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