Quando recebi a notícia de que havia passado no vestibular da UNESP – Ilha Solteira foi aquela alegria, lembro até hoje que a primeira coisa que fiz foi agradecer MUITO a Deus, depois fui falar com minha mãe que estava em casa e fui comemorar com meus amigos na praia, fazendo um surf irado, acho que nunca tinha ido surfar tão feliz kkkkkkkkkkkkkk
Na igreja eu pude compartilhar com meus amigos e o pastor me chamou lá na frente pra orar. E sabendo disso o “Tio Silvio” que é um Sr. da igreja, veio falar com minha mãe que ele tinha um primo que morava numa cidade perto e que estava sempre em Ilha Solteira e ia numa igreja lá. Minha mãe anotou as informações lá da igreja num papel. Quando estávamos em casa ela me chamou para mostrar o papel e eu pedi que ela colocasse numa determinada pasta que quando chegasse em Ilha Solteira eu olhava, e assim ela fez.
Colocamos todas as minhas coisas no carro, inclusive minha bicicleta, fui beeeeeMmM apertado no carro. Meu pai e minha mãe na frente e eu em um minúsculo espaço no banco de trás do carro. E assim enfrentamos as 9 horas de viagem até chegar do outro lado do Estado de SP (Santos – Ilha Solteira). Passamos por onde Judas já tinha perdido as botas, depois por onde perdeu as meias e depois por onde ele tinha perdido a dignidade, andamos mais uns 100km e chegamos em Ilha Solteira, é MTO longe.
Lá procuramos lugar pra ficar e arrumamos todas as coisas. Então depois de um tempo de muita conversa chegou a hora do carro voltar, sem um integrante e sem milhares de bugigangas.
Então vi o carro dos meus pais indo embora, sem duvida uma das horas mais difíceis que passei em Ilha Solteira, pois nunca tinha morado sozinho, e, agora com 17 anos olho para o carro indo embora e num retrovisor e está minha mãe chorando muito e no outro via meu pai com uma cara de orgulho do filho, misturado com um incentivo me fazendo lembrar das palavras que disse antes de ir embora. Quando o carro virou a esquina estava eu lá em Ilha Solteira, sozinho, sem meus amigos, sem meus pais...
Foi então que fui para o meu quarto e ajoelhei e orei ao Senhor, e disse ali algumas palavras falando para Deus que agora Ele iria ser o meu melhor amigo e que iria andar comigo. É incrível que quando mostramos realmente pra Deus que precisamos dEle, Ele vem com o amor, carinho, conforto e mostrando que Ele estará ali sempre.
Desde pequenino meus pais sempre me levaram à igreja domingo de manhã, e não diferente do que estava acostumado, acordei domingo de manha, peguei minha bicicleta e então estava eu, 8:30h procurando uma igreja numa cidade que eu nem conhecia kkkkkkkkkkkkkkk. Passei em frente de uma: fechada. Pedalei mais um pouco, andei por varias ruazinhas e achei outra: fechada. Nessa hora já estava ficando injuriado achando que ninguém de Ilha ia pra igreja domingo de manhã, mas mesmo assim continuei pedalando e procurando.
Passei na frente de mais uma, e essa tinha uma porta de vidro com duas divisões e uma das divisões estava aberta. Parei no meio da rua e olhei de longe, olhei... olhei..., e pra minha surpresa todos os bancos estavam vazios. Era como que se o vento tivesse aberto aquela porta sem querer. Aí falei comigo mesmo: -“Quer saber, eu vou embora, ninguém vai na igreja domingo de manhã aqui mesmo, eu vou dormir!”. E foi o que eu fiz, tava indo embora, e quando pedalava já na frente do posto Esso que estava a uns 100 metros da igreja, eu senti forte no meu coração: “Volta!”. Achei tão estranho, mas não pensei duas vezes, dei meia volta e voltei até a igreja. Parei a bicicleta lá na frente e devagarinho fui entrando e olhando para os lados pra ver se tinha alguém lá dentro, e nada. Em um dos lados tinha duas portas, daquelas que tem um vidro onde conseguimos ver o que está acontecendo dentro. Então eu, o curioso, fui olhar na janelinha da porta e BINGO, tinha gente lá.
Bati na porta, e como quem diz “pode abrir”, me fizeram um sinal. Abri a porta e de pronto comecei a me apresentar: “Bom dia, meu nome é William, sou universitário, estou chegando na cidade agora e estava procurando uma igreja.” Um homem, que até então eu não sabia que era o pastor, olhou pra mim, deu uma risada e com um olhar de compaixão e falou: “Seja bem-vindo, você achou uma igreja, está acontecendo a sala de batismo e logo após vai começar o culto”.
Foi aí então que comecei a ir nesta igreja, comecei a conhecer as pessoas (essa foto é do dia 05/04/2006), fazer novos amigos e até uma família ganhei que me chamava para almoçar todos os domingos em sua casa (Família Novaes). Nessa época meus pais estavam morando em Curitiba, e por isso não os via com freqüência, era somente durante as férias que ia para casa.
Passaram-se 6 meses, 1 ano e então resolvi revirar todas as coisas que estavam guardadas, afinal levei praticamente tudo que eu sempre tive pra Ilha Solteira. Foi então uma “sessão nostalgia”, olhando matérias do colégio do ensino médio e fundamental e alguns papeis bemmm antigos.
No meio de todas essas coisas achei a pasta, aquela que minha mãe tinha guardado o papel em que tinha anotado as coisas sobre uma igreja de Ilha Solteira, lembra? PASMEEEEEE, quando abri aquela pasta estava escrito lá o nome da igreja que eu estava indo, o nome do pastor que eu conversei na salinha quando cheguei e o telefone de lá. MEuUuu naquela hora me arrepiei todo e comecei a glorificar a Deus, veja só que Jesuscidência, já havia um propósito, um plano, e era o lugar que realmente era pra eu estar. Foi ali que ganhei a família Novaes, que cuidava de mim sempre até quando peguei salmonela, foi ali que fiz grande amigos, foi ali que comecei meu ministério, e foi ali que Deus me colocou pra me ensinar as coisas mais importantes e que eu levo pra vida toda.
Como é gostoso estar no centro da vontade de Deus, ser guiado por Ele e ter a certeza de que nunca estamos sozinhos e andando pelos caminhos do “acaso”, sua vida deixa de ser algo aleatório, e se torna algo com um propósito. Deus dá sentido as nossas vidas e não somos como uma folha ao vento levada de um lugar pro outro sem motivo e direção, mas em Cristo temos um caminho certo a trilhar e o mais importante, um lugar a chegar.
